Microclima em fragmento de Mata Atlântica no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, Capela, Sergipe
DOI:
https://doi.org/10.4336/2020.pfb.40e201901942Palavras-chave:
Incêndio florestal, Meteorologia florestal, Prevenção de incêndioResumo
Equipamentos capazes de mensurar as condições meteorológicas estão cada vez mais acessíveis. No entanto, ainda são raros estudos que quantificam, com precisão, as condições microclimáticas em ecossistemas florestais. Este estudo teve por objetivo descrever e analisar as variações na temperatura do ar, umidade relativa do ar e temperatura do solo em um fragmento de Mata Atlântica localizado no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, Capela, Sergipe, Brasil. Estações meteorológicas, programadas para registrarem os dados a cada 30 min durante o período de um ano, foram instaladas em uma área florestal composta por espécies sucessionais tardias de copas densas e em uma clareira de 0,1 ha. Os resultados apontaram microclima com menor variabilidade na área florestal, enquanto na clareira as variações diárias e sazonais foram mais intensas. As temperaturas médias do ar e do solo foram, respectivamente, 0,6 ºC e 2,5 ºC superiores na clareira e a umidade relativa do ar foi 6,9% superior na área florestal. O índice de Angstron indicou maior perigo de ocorrência de incêndios florestais na clareira, em comparação à área de floresta densa.
Downloads
Referências
Alvalá, R. C. S. et al. Intradiurnal and seasonal variability of soil temperature, heat flux, soil moisture content, and thermal properties under forest and pasture in Rondônia. Journal of Geophysical Research: Atmospheres, v. 107, n. D20, p. 10-20, 2002. DOI: https://doi.org/10.1029/2001JD000599
Araujo, R. C. & Ponte, M. X. Efeitos do Desmatamento em larga-escala na hidrologia da Bacia do Uraim, Amazônia. Revista Brasileira de Geografia Física, v. 9, n. 7, p. 2390-2404, 2016. https:// doi.org/10.5935/1984-2295.20160171.
Baker, T. P. et al. Microclimate through space and time: microclimatic variation at the edge of regeneration forests over daily, yearly and decadal time scales. Forest Ecology and Management, v. 334, p. 174-184, 2014. https://doi.org/10.1016/j.foreco.2014.09.008. DOI: https://doi.org/10.1016/j.foreco.2014.09.008
Biudes, M. S. et al. Mudança no microclima provocada pela conversão de uma floresta de cambará em pastagem no norte do Pantanal. Revista de Ciências Agro-Ambientais, v. 10, n. 1, p. 61-68, 2012.
Brooks, C. E. P. The influence of forests on rainfall and runoff. Quarterly Journal, v. 54, p. 1-13, 1928. DOI: https://doi.org/10.1002/qj.49705422501
Carneiro, R. et al. Variabilidade da temperatura do solo em função da liteira em fragmento remanescente de mata atlântica. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 18, n. 1, p. 99- 108, 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662014000100013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-43662014000100013
Climate-Data.Org. Clima: Capela (Brasil). 2018. Disponível em: <https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/sergipe/ capela-42979/>. Acesso em: 2 out. 2018.
Fortuniak, K. et al. Urban-rural contrasts of meteorological parameters in Lodz. Theoretical and Applied Climatology, v. 84, n. 1-3, p. 91-101, 2006. https://doi.org/10.1007/s00704-005-0147-y. DOI: https://doi.org/10.1007/s00704-005-0147-y
Geiger, R. et al. The climate near the ground. Berlim: Rowman & Littlefield, 2009.
Godefroid, S. et al. Spatial variability of summer microclimates and plant species response along transects within clearcuts in a beech forest. Plant Ecology, v. 185, n. 1, p. 107-121, 2006. https://doi. org/10.1111/j.1654-1103.2009.01068.x. DOI: https://doi.org/10.1007/s11258-005-9088-x
Google. Google Earth. 2020. Disponível em: <https://www.google. com.br/intl/pt-BR/earth/>. Acesso em: 29 maio 2020.
Greiser, C. et al. Monthly microclimate models in a managed boreal forest landscape. Agricultural and Forest Meteorology, v. 250-251, p. 147-158, 2018. https://doi.org/10.1016/j.agrformet.2017.12.252. DOI: https://doi.org/10.1016/j.agrformet.2017.12.252
Grimbacher, P. S. et al. Beetle species´ responses suggest that microclimate mediates fragmentation effects in tropical Australian rainforest. Austral Ecology, v. 31, n. 4, p. 458-470, 2006. https:// doi.org/10.1111/j.1442-9993.2006.01606.x. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1442-9993.2006.01606.x
Hofmeister, J. et al. Microclimate edge effect in small fragments of temperate forests in the context of climate change. Forest Ecology and Management, v. 448, p. 48-56, 2019. https://doi.org/10.1016/j. foreco.2019.05.069. DOI: https://doi.org/10.1016/j.foreco.2019.05.069
Holsten, A. et al. Evaluation of the performance of meteorological forest fire indices for German federal states. Forest Ecology and Management, v. 287, p. 123-131, 2013. https://doi.org/10.1016/j. foreco.2012.08.035. DOI: https://doi.org/10.1016/j.foreco.2012.08.035
IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro, 2012.
Jucker, T. et al. Canopy structure and topography jointly constrain the microclimate of human"modified tropical landscapes. Global Change Biology, v. 24, n. 11, p. 5243-5258, 2018. https://doi. org/10.1111/gcb.14415 DOI: https://doi.org/10.1111/gcb.14415
Kottek, M. et al. World map of the Köppen-Geiger climate classification updated. Meteorologische Zeitschrift, v. 15, n. 3, p. 259-263, 2006. https://doi.org/10.1127/0941-2948/2006/0130. DOI: https://doi.org/10.1127/0941-2948/2006/0130
Latimer, C. E. & Zuckerberg, B. Forest fragmentation alters winter microclimates and microrefugia in human"modified landscapes. Ecography, v. 40, n. 1, p. 158-70, 2017. https://doi.org/10.5061/ dryad.rk398. DOI: https://doi.org/10.1111/ecog.02551
Magura, T. et al. Edge responses are different in edges under natural versus anthropogenic influence: a meta-analysis using ground beetles. Ecology and Evolution, v. 7, n. 3, p. 1009-1017, 2017. https://doi. org/10.1002/ece3.2722. DOI: https://doi.org/10.1002/ece3.2722
Martineli, L. et al. Influência da abertura de clareiras no microclima de Floresta Semidecidual Secundária na bacia do rio Itapemirim, ES. In: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÃFICA; ENCONTRO LATINO AMERICANO DE PÓS-GRADUAÇÃO, 8., 2004, São José dos Campos. Anais... São José dos Campos: Universidade do Vale do Paraíba, 2004. p. 572-575.
Martini, A. et al. Variação diária e estacional do microclima urbano em ruas arborizadas de Curitiba-PR. Floresta e Ambiente, v. 20, n. 4, p. 460-469, 2013. https://doi.org/10.4322/floram.2013.045. DOI: https://doi.org/10.4322/floram.2013.045
Meineri, E. & Hylander, K. Fine-grain, large-domain climate models based on climate station and comprehensive topographic information improve microrefugia detection. Ecography, v. 40, n. 8, p. 1003- 1013, 2016. https://doi.org/10.1111/ecog.02494. DOI: https://doi.org/10.1111/ecog.02494
Mendonça, F. & Danni-Oliveira, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Texto, 2007. 206 p.
Oliveira, M. V. N. et al. Quantificação do material combustível em fragmento de Mata Atlântica no nordeste brasileiro. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 38, e201701449, p. 1-8, 2018. https://doi. org/10.4336/2018.pfb.38e201701449. DOI: https://doi.org/10.4336/2018.pfb.38e201701449
Pezzopane, J. E. M. et al. Caracterização da radiação solar em fragmento da Mata Atlântica. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v. 13, n. 1, p. 11-19, 2005.
Pivello, V. R. The use of fire in the Cerrado and Amazonian rainforests of Brazil: past and present. Fire Ecology, v. 7, n. 1, p. 24-39, 2011. https://doi.org/10.4996/fireecology.0701024. DOI: https://doi.org/10.4996/fireecology.0701024
Ribeiro, M. C. et al. The Brazilian Atlantic Forest: how much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biological Conservation, v. 142, n. 6, p. 1141-115, 2009. https://doi.org/10.1016/j.biocon.2009.02.021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.biocon.2009.02.021
Riutta, T. et al. Experimental evidence for the interacting effects of forest edge, moisture and soil macrofauna on leaf litter decomposition. Soil Biology and Biochemistry, v. 49, p. 124-131, 2012. https://doi.org/10.1016/j.soilbio.2012.02.028. DOI: https://doi.org/10.1016/j.soilbio.2012.02.028
Rodrigues, B. D. et al. Avaliação do potencial da transposição da serapilheira e do banco de sementes do solo para restauração florestal em área degradada. Revista Árvore, v. 34, p. 65-73, 2010. http:// dx.doi.org/10.1590/S0100-67622010000100008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622010000100008
Soares, R. V. & Batista, A. C. Incêndios florestais: controle, efeitos e uso do fogo. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2007. 264 p.
Souza, H. T. R. et al. A Relação solo e clima no monitoramento ambiental da Unidade de Conservação de Proteção Integral Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco (Capela-SE). Revista Brasileira de Geografia Física, v. 5, n. 4, p. 791-806, 2012. DOI: https://doi.org/10.26848/rbgf.v5i4.232867
Stewart, K. J. & Mallik, A. U. Bryophyte responses to microclimatic edge effects across riparian buffers. Ecological Applications, v. 16, n. 4, p. 1474-1486, 2006. https://doi.org/10.1890/1051- 0761(2006)016[1474:BRTMEE]2.0.CO;2. DOI: https://doi.org/10.1890/1051-0761(2006)016[1474:BRTMEE]2.0.CO;2
Tabarelli, M. et al. Prospects for biodiversity conservation in the Atlantic Forest: lessons from aging human-modified landscapes. Biological Conservation, v. 143, n. 10, p. 2328-2340, 2010. https:// doi.org/10.1016/j.biocon.2010.02.005. DOI: https://doi.org/10.1016/j.biocon.2010.02.005
White, B. L. A. et al. Avaliação e simulação do comportamento do fogo em diferentes fitofisionomias de uma área de Mata Atlântica do Nordeste Brasileiro. Floresta, v. 47, n. 3, p. 247-256, 2017. http:// dx.doi.org/10.5380/rf.v47i3.50844. DOI: https://doi.org/10.5380/rf.v47i3.50844
White, B. L. A. et al. Building fuel models and simulating their surface fire behavior in the "Serra de Itabaiana" National Park, Sergipe, Brazil. Floresta, v. 43, n. 1, p. 27-38, 2013. http://dx.doi. org/10.5380/rf.v43i1.28034. DOI: https://doi.org/10.5380/rf.v43i1.28034
White, B. L. A. et al. Empirical models for describing fire behavior in Brazilian commercial eucalypt plantations. Cerne, v. 22, n. 4, p. 397-406, 2016. http://dx.doi.org/10.1590/01047760201622042227. DOI: https://doi.org/10.1590/01047760201622042226
White, L. A. S. et al. Evaluation of forest fire danger indexes for eucalypt plantations in Bahia, Brazil. International Journal of Forestry Research, v. 2015, article ID 613736, 2015. http://dx.doi. org/10.1155/2015/613736. DOI: https://doi.org/10.1155/2015/613736
White, B. L. A. Modelos matemáticos de previsão do teor de umidade dos materiais combustíveis florestais finos e mortos. Ciência Florestal, v. 28, n. 1, p. 432-445, 2018a. https://doi. org/10.5902/1980509831622. DOI: https://doi.org/10.5902/1980509831622
White, B. L. A. & Ribeiro, A. S. Análise da eficiência dos índices de perigo de ocorrência de incêndios florestais para o Parque Nacional Serra de Itabaiana, Sergipe. In: Santos, A. C. et al. (Ed.). Pensar a (in)sustentabilidade: desafios à pesquisa. Porto Alegre: Redes, 2010. DOI: https://doi.org/10.4136/ambi-agua.180
White, B. L. A. & Silva, M. F. A. Variações microclimáticas e perigo de ocorrência de incêndios florestais em fragmento de Mata Atlântica no município de São Cristóvão, Sergipe. Nativa, v. 6, n. especial, p. 729-736, 2018. http://dx.doi.org/10.31413/nativa.v6i0.5798. DOI: https://doi.org/10.31413/nativa.v6i0.5798
White, B. L. A. Spatiotemporal variation in fire occurrence in the state of Amazonas, Brazil, between 2003 and 2016. Acta Amazonica, v. 48, n. 4, p. 358-367, 2018b. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-4392201704522
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 autores

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
A PFB se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
A versão final será enviada ao autor correspondente, para aprovação.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da Pesquisa Florestal Brasileira.
Os manuscritos podem ser usados após a publicação, sem a autorização prévia da PFB, desde que os créditos sejam dados à Revista.
Alerta: reuso de figuras publicadas na PFB dependem de autorização prévia da Embrapa Florestas.
Todo o conteúdo do periódico está licenciado sob uma Licença Creative Commons (tipo BY-NC-ND).
As opiniões e conceitos emitidos nos manuscritos são de exclusiva responsabilidade dos seus respectivos autores e não da PFB.